Política Migratória América Central, Caribe e México
“A pandemia expôs os grupos sociais mais vulneráveis aos efeitos socioeconômicos e psicológicos da Covid-19, como os afrodescendentes, indígenas, mulheres e migrantes (...) De modo geral, muitas pessoas que estavam se deslocando (‘em trânsito’) foram barradas pelas fronteiras fechadas, por muros
ou mesmo por barreiras policiais e ficaram à espera de uma solução dos estados receptores e de suas decisões” (Mayra Coan Lago). Um mundo bem mais restrito para migrantes negros e indígenas do que para turistas brancos avermelhados pelo sol do Caribe. É com um olhar cuidadoso para as diferenças e
uma preocupação em reunir e organizar subsídios técnicos sobre direito à migração que a autora procurou analisar diferentes “Políticas Migratórias na América Central, Caribe e México”. O trabalho é uma continuidade do levantamento iniciado com o livro “Política migratória brasileira e comparada na América do Sul”, publicado no primeiro semestre de 2021. A inclusão de mais países e o esforço para ampliar o estudo sobre uma região tão profundamente impactada pela migração é parte do projeto Solidariedade Além das Fronteiras, estabelecido entre Missão Paz e Fundação Rosa Luxemburgo. Trata-se de uma proposta de ampliar o debate sobre políticas públicas de garantias de direitos. Tudo a partir de uma perspectiva internacionalista e do sonho de uma sociedade em que a solidariedade além das fronteiras seja regra e não exceção, em que não se negue água para crianças com sede cruzando desertos, em que policiais não tenham cobras nos olhos e nem olhem de maneira diferente para negros ou indígenas. Um sonho em que migrar seja uma opção, em que todas as pessoas tenham con dições de vida dignas e liberdade para decidir, em que nenhum ser humano seja forçado a fugir. Um sonho em que o racismo e toda forma de preconceito tenha sido superado e em que a humanidade gaste mais na
construção de pontes do que de muros.
Por Daniel Santini e Torge Löding
Fundação Rosa Luxemburgo