Tradução intercultural e aprendizagem em diáspora: senegaleses em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Palavras-chave:
Senegaleses, Rizoma, DiásporaResumo
Esta pesquisa é parte da tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco, através da qual lanço um olhar para mim e para o “outro”, considerando categorias importantes como classe social, gênero, condição cultural, enrijecimentos ontológicos, epistemológicos, permeadas por signos imagéticos, movimentos éticos, estéticos e políticos. Este “outro” são senegaleses residentes em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Inventa-se nesta pesquisa um platô pesquisadora-sujeitos, evitando resvalar no binarismo. Utilizando este apenas como ponto de partida, tem-se uma pesquisadora mulher-branca-feminista e africanos, imigrantes, pretos, heteronormativos colaboradores da pesquisa. O (anti) método utilizado é o do rizoma, da cartografia social e da esquizoanálise, através do qual se produzem dados a partir dos acontecimentos em campo e inventam-se platôs. Neste processo, percebo a comunidade senegalesa se hibridizando, por vezes, invisibilizada nas universidades, composta por atores sociais que se reinventam e se traduzem no cotidiano das interações sociais, convivendo ora com a hospitalidade curiosa, ora silenciados frente ao preconceito, diante de dificuldade de comunicação. Tais atores transgridem os marcadores estruturais do racismo à brasileira, ao permanecerem no comércio informal, ao produzirem espaços de resistência chamados dahiras, e ao dialogarem, de forma complexa e artística, com a sociedade brasileira e campo-grandense que os envolve.