Dom Tomás Balduíno
Uma travessia de sonhos, fé, lutas e esperanças
DOI:
https://doi.org/10.48213/travessia.i73.136Resumo
Às vésperas do fechamento deste número de Travessia, tivemos a triste notícia do falecimento de Dom Tomás Balduíno. Este valoroso companheiro de fé, sonhos, lutas, caminhadas e esperanças dedicouse à experiência de vida concreta das pessoas injustiçadas, humilhadas, perseguidas, excluídas, expropriadas de sua dignidade humana. Atuante na questão fundiária e na luta pela reforma agrária, Dom Tomás tinha uma percepção sólida sobre as questões sociais e culturais no Brasil, quase sempre apresentadas ao sabor dos interesses políticos e econômicos das classes dominantes. Ele também conhecia e acreditava na capacidade de criatividade, organização e potencial transformador dos povos indígenas e camponeses, tanto que participou ativamente da fundação do CIMI - Conselho Indigenista Missionário em 1972, do qual foi presidente no período de 1980 a 1984. Também muito contribuiu para a fundação da CPT - Comissão Pastoral da Terra em 1975 e que presidiu de 1999 a 2005. Em 1967 foi nomeado bispo da cidade de Goiás, onde permaneceu até 1999. Durante a ditadura militar ajudou a proteger muitas lideranças indígenas e camponesas perseguidas pelos militares. Teólogo e Antropólogo, estudou e aprendeu línguas indígenas dos povos Xicrin, Bacajá e Kayapó para melhor entender sua cultura, sua percepção de mundo e sentido de vida. Lutou contra grandes empresas agropecuárias que invadem áreas indígenas e camponesas, submetendo suas populações à migração compulsória e muitas vezes à condição análoga a de escravos no eito das fazendas.[...]