Sobre pedagogias humanitárias: pensando o português brasileiro como uma tecnologia de acolhida
Palavras-chave:
Educação, Português como Língua de Acolhimento (PLAC), migrantes, refugiados, pedagogia humanitáriaResumo
O artigo explora o conceito de Português como Língua de Acolhimento (PLAC), diferenciando-o do ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) e destacando seu papel como tecnologia de acolhida para migrantes e refugiados. Baseando-se nos estudos de Ançã (2006) e em experiências próprias no Instituto Adus, o autor analisa como o domínio do idioma é essencial para a integração social, permitindo acesso a direitos fundamentais. A partir de materiais didáticos específicos e práticas pedagógicas adaptadas às realidades dos aprendizes, o artigo enfatiza a importância de abordagens contextualizadas e sensíveis, combatendo perspectivas piedosas ou excludentes. Ao considerar o ensino do português brasileiro um instrumento humanitário, argumenta-se que privar migrantes desse aprendizado reforça sua vulnerabilidade, enquanto sua inclusão linguística possibilita maior dignidade e cidadania.